Pois é, ao fim de seis anos o F. começou a fazer birras ao mais alto nível de dramatismo. Birras daquelas que nos cegam e nos fazem perder a cabeça. Birras cujas origem não sabemos de onde, mas que acontecem quando menos se fazem esperar.
A primeira vez pensámos que havia sido um caso isolado, mas depois com a segunda, começamos a temer que aconteça a terceira e quarta. Se existe coisa que eu e o M. abominamos são "fitas" no meio da rua. O F. sempre foi uma criança nada dada a birras, sempre fácil de controlar e de desviar a atenção. Até há cerca de duas semanas. Não sabemos se é por estar de férias e de passar mais tempo em casa, se é por tanto eu, como o pai, estarmos com menos tempo para passeios, férias e ele sentir isso, ou se é simplesmente uma fase que irá desaparecer assim como apareceu. A última grande cena aconteceu há cinco dias e os castigos aplicados pareceram surtir efeito. Vamos esperar e ver.
Os medos também chegaram em força, mas esses são perfeitamente naturais para a idade. Não gosta de andar pela casa às escuras, tem medo dos ladrões, preocupa-se quando ouve ambulâncias e bombeiros e a última é que tem medo que eu e pai tenhamos um acidente. É claro que não nos agrada que o miúdo tenha estas angústias todas, mas como todos sabemos elas fazem parte do desenvolvimento. Neste momento resta-nos tentar explicar algumas coisas (já nos apercebemos que por vezes demasiadas explicações não ajudam), relativizar outras, mas sempre na base da compreensão e sem deixar que ele se preocupe mais do que o normal, nem que sofra. Afinal em Setembro inicia-se uma nova fase da sua vida e o que mais desejamos é que ele seja uma criança segura, confiante e feliz.