Este é apenas o relato da minha experiência... Eu fiz cesariana e sei como os primeiros dias são difíceis.
Para além das dores, a sensação de ninho vazio, são as hormonas, essas malvadas que pensam por nós e nos fazem sentir inseguras, burras e deprimidas num dos momentos mais felizes das nossas vidas, que quase nos deitam abaixo (algumas mulheres vão mesmo abaixo).
Depois vem o "papão" da amamentação... que para muitas mulheres é o máximo, é perfeito e fácil (não estou a ser irónica), mas que para outras é o verdadeiro "Cabo das Tormentas"! O F. mamava de 2 em 2 horas, durante uma hora (adorava brincar com elas lol), o que me deixava muito pouco tempo para me recuperar. Andava cansada, stressada e triste com o facto de me doer o peito, de não me conseguir sentir feliz por amamentar o meu filho, pois era um sacrifício. E por vezes sentia que o meu filho sentia o que passava dentro de mim, pois ficava nervoso, chorava... Aí sim, sentia-me uma má mãe!
Até que disse basta e decidi que tinha que ser uma boa mãe, que tinha que me sentir bem e que se isso significasse deixar de amamentar o meu filho deixaria. Não seria a primeira criança a alimentar-se por fórmula e a desenvolver-se normalmente, assim como não deixaria de ser o acto mais pessoal, único e envolvente, por ser com biberão... muito pelo contrário, até poderia partilhar esse momento único e tão especial com o pai.
Foi assim que decidimos parar a amamentação e a verdade é que a partir daí tudo se tornou muito mais natural, muito mais envolvente, partilhado... Acabou a ansiedade, a dor, ele e eu ficávamos satisfeitos e os choros começaram a rarear.
O melhor de tudo neste processo é que não senti peso de consciência e sei que não fui de forma alguma egoísta, porque tomei a melhor decisão pelo o meu filho. Pois eu nunca conseguiria ser uma boa mãe, ao sentir que o acto mais belo e necessário ao bem estar do meu filho estava a ser tão doloroso para mim, e consequentemente para ele. Fico feliz pelas mulheres que conseguem a amamentar saudavelmente, mas não me sinto menos boa mãe por ter tomado esta decisão. E só estou a partilhar isto, porque até tomar esta decisão, foram muitas as pessoas que me pressionaram para não o fazer e ainda recuei algumas vezes insistindo numa coisa que sabia desde do início que não estava a ser benéfica nem para mim, nem para o meu filho, por causa das conversas dos outros.
Com tudo isto, só quero dizer que nós, mulheres, mães dos nossos filhos, temos que começar acreditar mais, naquilo que sentimos ser o melhor para eles. Há que confiar nas nossas intuições e saber ouvir aquilo que vai dentro de nós e do nosso bebé. Não devemos dar ouvidos aos outros, nem sejam, mães, avós, tias, enfermeiras.... principalmente quando se trata de uma questão tão pessoal e única de cada mulher.