Desculpem a ausência, mas o tempo esta semana fugiu-me entre os dedos... não consegui escrever nada, nem ler os vosso cantinhos. Ver se hoje consigo compensar...
Além do tempo urgir, foi uma semana triste, pois o pai de uma grande amiga minha faleceu... Essa maldita doença que é o cancro voltou a fazer das suas!
Cada vez acredito mais que esta é uma doença que, antes de matar fisicamente, começa a matar psicologicamente e esse é seu grande "Calcanhar de Aquiles". Nós podemos não saber o dia de amanhã, podemos não saber se vamos ser atropelados, ter um AVC, um acidente,... mas quando ouvimos a palavra cancro, sentimos logo uma sentença de morte! Sentimos medo e esse medo impede-nos de lutar.... e desistir torna tudo mais fácil.
Contudo conheço histórias de sucesso, onde o psicológico, venceu o físico... e essas dão-me força para acreditar, que com a prevenção e uma boa luta psicológica podemos vencer o cancro. Quero tanto acreditar nisso!
Lembro-me de uma história que já apareceu tantas vezes na televisão, de uma senhora que escreveu um livro sobre a sua luta contra uma leucemia galopante, da qual o prognóstico da mesma, aquando o diagnóstico era apenas de uma semana de vida. Ela simplesmente diz que nunca teve medo e que nunca se questionou "porquê eu?". Ela decidiu amar-se, aceitar e amar a doença, acarinhá-la e assim curar o seu corpo. Refere ainda, que sempre que fazia "quimio", agradecia e ficava feliz por ter aquele líquido a entrar-lhe nas veias... Imagino a força desta mulher, admiro mesmo esta capacidade de ver a situação pelo lado positivo e energético! Passado um mês, os médicos referiram que a leucemia tinha entrado em remissão, que nem eles próprios compreendiam o que se tinha passado... E hoje, lá vão mais de 10 anos e ela continua viva e diz que a doença veio ensiná-la a amar-se e a respeitar todas as suas células. Hoje sabe o que é ser feliz...
Para além de estas histórias de sucesso que nos dão força para acreditar que podemos fazer a diferença, também acredito que esta vida aqui é apenas um missão e quando nós a cumprimos estamos prontos para partir... para um sítio que acredito, muito melhor.
O estranho disto tudo foi que na terça-feira à noite, enquanto estava a trabalhar, cheirou-me às "flores dos mortos" - sabem aquele cheiro que há nos velórios devido às flores e às velas? Comentei a situação com o M. e ele disse que não lhe cheirava a nada... pois a ele não... mas a mim cheirou-me e muito.
Na quinta-feira recebo a notícia. E só ontem, antes de ir para o funeral é que o M. me relembrou desta situação toda...
O pior disto tudo é que estas coincidências já me aconteceram em outras ocasiões similares...